Gêmeos Siameses - Breve explicação


A gravidez é, para algumas mulheres, um dos momentos mais especiais de suas vidas. Tal evento é resultante do encontro do espermatozoide com o ovócito secundário (gameta feminino), geralmente na primeira porção das trompas, sendo denominado fecundação.
Apesar de muitas futuras mamães não sentirem sintomas, ou estes se apresentarem de forma diferenciada de mulher para mulher, alguns deles são: ânsia de vômito, tonturas, seios doloridos, sonolência, irritabilidade, escurecimento dos mamilos, micção frequente e, claro, a menstruação atrasada. 
O embrião, no decorrer dos dias, sofre multiplicações e diferenciações celulares, adquirindo cada vez mais características próprias de bebês humanos. Em cinco semanas de gestação, por exemplo, já estão formados os membros; e em nove, é iniciado o processo de ossificação e a futura criança passa a ser chamada de feto. Na 20ª semana, já podem ser sentidas as movimentações fetais. 
O corpo da futura mãe também se modifica bastante: o ritmo cardiorrespiratório aumenta e as fibras musculares se apresentam mais volumosas. O peso do útero aumenta aproximadamente vinte vezes, e este se distende bastante (cerca de cinco vezes o seu tamanho). Seios e barriga, a cada dia, apresentam-se maiores e estrias podem aparecer. Além disso, em virtude das alterações hormonais e da própria emoção de ser mãe, muitas mulheres ficam mais sensíveis e merecem todo cuidado e compreensão. Em aproximadamente 266 dias, eis que chega o momento tão esperado...! 
O método mais preciso para confirmar uma possível gestação é por meio do exame beta hCG, que analisa, em amostras de urina ou sangue, a concentração da gonadotrofina coriônica; um hormônio que executa funções muito importantes no processo gestacional. Em duas semanas de atraso menstrual, um médico ginecologista também pode ser capaz de verificar, clinicamente, a existência ou não de gravidez.

Nessa seção você terá acesso a dicas de saúde, informações sobre tipos de parto, curiosidades, dentre outros temas.
Nem todos os gêmeos são semelhantes fisicamente! Isso porque, no caso de gêmeos não-idênticos, estes são oriundos de dois ou mais ovócitos, lançados no mesmo ciclo, e fecundados por espermatozoides diferentes. Por este motivo é que podem ser de sexos distintos, e até se apresentarem pouco parecidos, fisicamente. Estes são chamados de gêmeos fraternos, ou dizigóticos, e representam cerca de ¾ das gestações duplas. 
Gêmeos verdadeiros, denominados monozigóticos, ou univitelinos, são formados a partir de um único óvulo, este fecundado por um único espermatozóide, dando origem a um zigoto, que se divide em dois ou mais. Gêmeos assim possuem o mesmo sexo e são muito semelhantes fisicamente. 
Cada bebê tem cordão umbilical próprio, mas, dependendo do período da formação dos gêmeos, estes podem compartilhar outras estruturas. Cerca de 10% dos univitelinos não dividem a mesma placenta. Outros podem ter em comum, além da placenta, o saco amniótico e cório. 
Como nos dois tipos de gravidez de gêmeos pode haver um bebê em cada placenta, este fator não deve ser o único critério utilizado para classificar o tipo de gestação. Assim, durante o ultrassom, bebês localizados em uma única placenta podem ser considerados, automaticamente, univitelinos; e crianças de sexos diferentes, bivitelinas. 
Até onde se sabe, não existe tendência hereditária para a ocorrência de gêmeos idênticos. Quanto aos gêmeos fraternos, determinadas mulheres têm tendência a lançar mais de um ovócito no período reprodutivo, estando mais propensas a este tipo de gestação. 
Segundo uma pesquisa publicada em 2006, no Journal of Reproductive Medicine, dietas ricas em laticínios, idade acima de 35 anos e descendência africana são fatores que interferem, positivamente, para a ocorrência de gravidez fraterna.
Gêmeos podem ser fraternos, quando dois ou mais ovócitos são fecundados, cada um, por dois ou mais espermatozoides; ou idênticos, quando um único zigoto se divide em dois ou mais embriões. Irmãos siameses pertencem ao segundo grupo. 
Este é um caso raro de gestação: a cada 100 mil nascimentos, um é de gêmeos coligados. Neste tipo especial de gravidez, a separação dos embriões ocorre depois do nono dia, e não se dá de forma completa. Assim, origina crianças que têm partes do corpo em comum, e que geralmente também compartilham órgãos. Em maior frequência, elas se encontram unidas pelo tórax, e neste caso são chamadas de gêmeas xifópagas. 
O nome “gêmeos siameses” faz referência a dois irmãos coligados que viviam no Sião, atual Tailândia: Chang e Eng. Os dois eram artistas circenses, e fizeram muitas viagens pelo mundo, popularizando este tipo de expressão ao se referir a gêmeos deste tipo. Eles viveram por 63 anos, e tiveram 22 filhos. 
Dependendo da forma com que os irmãos se encontram unidos, podem ser separados cirurgicamente. Entretanto, este procedimento médico é bastante delicado, e em muitos casos, resultar necessariamente na morte de uma das crianças.

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
www.mundoeducacao.com.br

Comentários

  1. Minha irmã esta gravida de seameses unidos pela cabeça ,ombros e abdomem .esta indo p/ o quinto mes de gestação,qual sua opinião?

    ResponderExcluir
  2. Olá Edna, obrigado pelo interesse no Blog. Desde já eu gostaria de esclarecer que não sou médico, sou Biólogo, com Mestrado, Professor de cursos de Ensino Superior na área da saúde. Esclarecendo a sua dúvida, esse fenômeno de duas crianças serem geradas com seus corpos ligados é uma situação muito delicada para a equipe que está acompanhando sua irmã e a única intervenção que eu conheço para esses casos é a cirurgia logo após o nascimento. Entretanto, a possibilidade de sucesso dessa estratégia está na anatomia das crianças, o que precisa ser visto pela equipe é quais os órgãos que essas crianças compartilham, por exemplo, se elas compartilharem o mesmo coração, a chance das duas sobreviverem é muito pequena, uma das duas tem que ficar com o coraçãozinho, mas se as duas crianças estiverem conectadas apenas por pele, ossos e músculos, fica mais fácil, ou menos difícil. Existem estratégias de consertar essas coisas quando as crianças não compartilham órgãos vitais, por exemplo, se elas tiverem o mesmo intestino, ainda sim, existe uma chance de sucesso. Como você disse que as crianças estão ligadas pela cabeça, aí fica difícil saber, para que exista uma chance boa, elas precisam estar ligadas apenas por pele, se o sistema nervoso estiver ligado a situação complica muito. Tudo depende dos exames que forem feitos para avaliar essa situação e saber como que essas crianças estão ligadas anatomicamente. Espero ter ajudando um pouco a você e sua família, esclarecendo alguns conceitos de biologia. Abração!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas